Maio Amarelo maculado pelo vermelho

Tivemos a honra de dedicar o mês de maio a um movimento que busca diminuir o número de vítimas do violento trânsito atual. Vimos louváveis iniciativas mundo afora durante todo o último mês. Poder público, empresas privadas, clubes de serviços e até pessoas físicas se uniram para dar força ao movimento.

Ao presenciar tantas pessoas unidas em prol do mesmo objetivo penso e questiono: o que faz tanta gente seguir na contramão de algo tão simples de fazer?

Dezessete mortes no trânsito da região mancharam o Maio Amarelo do mais doloroso vermelho. Dezessete vidas ceifadas, famílias despedaçadas, uma região atingida pela triste violência no trânsito que nós tanto lutamos para acabar.

Ao ler as tristes notícias não há novidades. As histórias se repetem: excesso de velocidade, álcool antes de dirigir e falta de atenção são alguns dos relatos de descaso com a própria segurança.

Onde está o amor à vida? Será que nos achamos tão invencíveis ao ponto de cometer tamanhos atos impensados? Está sobrando confiança?  Acreditamos que somos tão habilidosos que nos falta o bom senso de preservar o bem mais precioso que nos foi ofertado: a vida?

Tenho muitos questionamentos, mas o que mais me inquieta é o que talvez não tenha resposta: até quando? Arrisco-me a afirmar que enquanto a vida tiver o valor de cestas básicas e a brandura das leis favorecer o crime, ficaremos expostos a assassinos e suicidas inconsequentes.

Quando alguém bebe e dirige,  excede a velocidade ou trata com leviandade as leis estabelecidas e conhecidas, assume o risco de matar e, ao meu entendimento, não há nada de inocência em quaisquer destes atos.

Reconheço que já avançamos muito e permaneço com otimismo investindo no trabalho de educar para um trânsito mais seguro.

O meu desejo hoje é que o movimento Maio Amarelo siga ao longo do ano focado no propósito de mobilizar as pessoas a prevenirem tanta violência; que possamos dedicar o nosso dia-a-dia a esta causa e não apenas um só mês; que os envolvidos não permitam que a dor e os mortos levem a sua fé e o movimento possa resgatar a sua cor, limpando o vermelho de tanto sangue indevidamente derramado.

Semia Marques Arruda
Pedagoga – Kopp Tecnologia

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